sábado, 18 de abril de 2009

Super-exposição?


Exposição, super-exposição, auto-exposição, enfim como você quiser chamar, hoje o que está na moda é fazer ser visto não importa como, onde e o porque.
Logo quando li o texto "Vivemos em plena era da exposição", do professor de comunicação da FAAP, Eric Eroi Messa, pensei nos atuais meios de comunicação voltados apenas a exposição do ser e notei que todos tem como finalidade criar um suposta identidade daquilo que queremos ser ou daquilo que queremos que o outro ache que somos.
O Big Brother Brasil, programa que até então estava batendo recordes de audiência da Rede Globo de Televisão, nada mais é que um portfólio de identidades verdadeiras ou não, que pretendem ser vistos e futuramente ingressar no mercado de trabalho.O engraçado que nesta supervalorização da imagem alguns valores se perdem e a estética passa a ser um dos fatores mais importantes para que tudo caminhe bem, ser visto acordando e escovando os dentes, brigando e namorando agora é valorizado, afinal ver a vida do outro sirva de inspiração para nossas próprias atitudes, como já dizia Freud, nós não passamos de espelhos de identidades, ou seja, somos um pouco do outro e vice-versa.
Tenho a nítida impressão que ver e ser visto é o que comanda algumas atitudes, quem nunca ouviu a famosa frase "Essa foto vai pro orkut!", calma lá, quer dizer que nós não tiramos mais fotos para registrar momentos marcantes, mas sim para que a foto mais bonita vá para o orkut, afinal é lá que a exposição é super e que nós somos identidades montadas com aquilo que há de melhor.
É, a evolução da comunicação tem grande culpa na era da exposição, afinal esta incentivou que nós não sejamos mais expostos quando queremos, mas sim 24 horas, todos os dias de alguma maneira diferente.Porém cabe apenas a nós regular o quanto queremos estar expostos e o quanto isso pode prejudicar ou facilitar nossas vidas, apesar da proporção ser muito maior do que imaginamos ainda temos o direito de escolher o quanto queremos estar presentes ou não, mas uma coisa é fato, o ser é atraído pela exposição, mesmo aquele que nega, um dia se sentirá orgulhoso por ser reconhecido, a exposição desperta os sentidos do ser, afinal quem não gosta de se sentir cobiçado mesmo que seja por um desconhecido?Querendo ou não, um pouquinho expostos nós já estamos.

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