quinta-feira, 22 de outubro de 2009


Quanto você acha que vale a sua imagem?
Essa pergunta não seria das mais comuns se não vivêssemos no atual mundo hiper-ultra-mega-moderno de hoje, afinal você compraria uma pessoa se isto fosse possível?
Acredito que a maior parte das respostas seriam “sim”, quem não gostaria de valer alguma coisa palpável, suficientemente grande para impressionar aquele alguém?
Depois de bombardear com as perguntas deveria vir as respostas, mas existe respostas pra algo tão absurdo? É, mais uma vez respondi perguntando, isso não vale, eu sei.
Então tá, essa questão surgiu quando resolvi criar uma conta na mídia social do momento, o Facebook, de inicio o meu intuito era apenas jogar Máfia Wars, que pra quem não conhece é um joguinho no qual você aprende a ser um mafioso de sucesso, logo de cara é meio estranho, mas tudo bem, me senti normal até aí, o problema mesmo foi quando me peguei comprando os meus amigos através de um aplicativo que os torna “meus pets”, isso mesmo, você compra seu amigo e faz dele o que quiser. Você faz ele limpar, abraçar, sair com fulano(a), enfim divertido é e muito, mas não é aí que eu queria chegar.
Dei toda essa volta pra mostrar o quanto implicitamente esta idéia do “valer algo” está em nós e o pior, para nós nas vitrines reluzentes que fazem jus ao lugar que as colocaram. Há quem diga que lá vou eu mais uma vez levantar a bandeira da esquerda a favor dos fracos e oprimidos, algumas vezes a minha vontade é esta, mas muito sinceramente me falta ânimo suficiente para encarar o mundo inteiro, então me contento com a palavra que escrevo aqui, se alguém que quer entender estiver lendo irá entender sem mais demandas.
Um pouco confuso eu diria, mas acho que assim me faço entender, pensando bem concordo plenamente com Rosseau, enquanto nós não pensávamos éramos pessoas inteligentes, depois que tudo passou a ser delimitado por uma fita métrica imaginária nos tornamos seres insossos, sem nem uma pitadinha de pimenta se quer. É sempre aquela pose ensaiada com o sorriso Colgate, o terno Armani e a bolsa Louis Vuitton, nada contra as marcas citadas, muito pelo contrário desde que estas não fizessem parte de um cenário falsário capitalista, seria tão bom ver apenas mulheres de corpo e alma usando bolsas Louis Vuitton apenas por gostarem da bolsa Louis Vuiton e nada mais. O valor é intrínseco como diria a professora de psicologia da Faculdade (prefiro não expor o pensamento dos professores, por isso sem citar nomes), é bem provável que os nossos filhos já nasçam com o estereotipo a seguir pendurado em seus pescoços como se fossem plaquetas de identificação.
É esse o futuro que eu quero pra eles? Não sei responder, gostaria de talvez não fazer parte da lambança que vem por aí, mas infelizmente ainda não sei como, estou a procura da resposta.
Fica a dica, quem quiser pensar, pensa, quem não quiser, viva.

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